Amália levantou-se assustada da cama. Olhou ao redor e viu seu quarto, exatamente igual quando fora deitar-se. Seu marido, José, dormia ao seu lado, na cama de madeira escura.
Levantou-se e tomou um gole de água fresca da moringa que estava sobre o criado-mudo ao lado da cama, a peça, pintada com uma paisagem praiana fora presente de casamento.
Que sonho foi esse, perguntou-se. Foi até o quarto dos meninos, José Mário e Pedro José dormiam tranqüilos em suas camas. José Mário, o mais velho puxará a ela, tinha cabelos negros e lisos, enquanto Pedro José era todo o marido, robusto e de olhar forte.
Olhou no relógio da parede da cozinha e viu que ainda faltavam 30 minutos para o relógio do quarto despertar. Sentou-se no sofá da sala e pôs-se a analisar o sonho que tivera.
Em seu sonho, Amália era uma mulher jovem, decidida e corajosa. Vestia roupas justas que deixavam suas curvas à mostra. E o que mais a deixou assustada, dirigia um automóvel.
Trabalhava fora, comprava o que queria com seu próprio dinheiro, não devia satisfações a ninguém.
Não tinha filhos, mas tinha um marido que fazia as atividades da casa e a esperava com a janta pronta. Depois do jantar, que ele servirá e agora ocupava-se da louça, sentou-se de frente para uma televisão pequena de frente para uma máquina de escrever. O que ela datilografava aparecia na televisão. Que loucura, pensou.
Afastando os pensamentos, Amália por um instante se perguntou como seria ser livre para fazer o que tivesse vontade, ter seu próprio dinheiro e tomar decisões próprias. Voltou-se para sua sala e olhou as fotografias da família. Será que eu seria completa, perguntou-se.
Chamou as crianças e o marido, serviu o café e depois se ocupou com sua atividade diária, dona de casa, profissão que exerce com amor e prazer. Mas Amália vai sempre estar se questionando se ela é inteiramente livre e se e possível ser ainda mais feliz e completa.
Escrito por: Rita Garcia
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