Nossa história começa há alguns anos atrás, eu morava ainda com a minha mãe em um bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, e como todo subúrbio haviam muitas casas com terraços. Terraço são sempre sinônimos de festas barulhentas, bandas barulhentas, ou qualquer coisa que envolva um barulho infernal e que incomode toda a vizinhança. E na verdade dessa vez era um maldito ensaio de uma festa de debutantes.
Todos os dias de segunda a sábado (e alguns domingos também) havia um ensaio no referido local em que a musica escolhida para a valsa (?) era a famigerada muscia da Whitney Houston. E o pior é que eles ensaiavam aos berros e com a musica no volume Máximo. Era batata: de 8 da noite às 10 ninguém na vizinhança conseguia ouvir sua própria televisão. E aquele maldito Aaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiii –i-aiiiiiiiiiiiiiiiiii-uiuaueis-lovi-iuuuuuuuuuuuuuu era repetido a exaustão. Repetidamente e muitas vezes sem terminar a música era tipo assim aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii..para tudo. Errou vamos começar de novo...aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii...para de novo..você errou vamos lá coloca a música de novo....aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii e por ai vai.. Tortura chinesa da pior maneira possível!
E o pior era que a festa seria em dezembro e os ensaios estavam rolando desde maio. Em julho nenhum vizinho agüentou mais e começou a jogar pedras, tijolos, pedaços de madeira, até que os vizinhos sem noção notaram que o coreografo não precisava de microfone e um microsystem dava conta dos ensaios. Mais a música já tinha grudado no meu cérebro.
Eu particularmente respeito demais a voz da Whitney Houston. Realmente ela cantava muito e não é a toa que ela foi super premiada em vida. Mas eu não suportava sua música. Melosa demais, grudenta demais, gritada demais. Mas é uma opinião pessoal.
E só pra variar ela é mais uma que entra no hall de cantora famosa que não consegue lidar com o sucesso e acaba se drogando como uma louca até morrer. Mais clichê impossível!
O curioso é que as mesmas pessoas que choram como crianças com a morte desses cantores e/ou atores famosos pobres meninos ricos, são os mesmos que querem que seu vizinho maconheiro morra. Ou que o bebum do bar da esquina tenha cirrose e pare de dar trabalho pra família. Ou que o cracudo da linha do trem seja atropelado pois assim seria menos um no universo.
E ai eu pergunto: o que faz uma pessoa que tem tudo na vida, que batalhou de todas as maneiras pra fazer sucesso, se acabar com drogas? Falta de esperança? Falta de fé? Não sei, mas pra mim isso não passa de uma tremenda babaquice. A esses pobres meninos ricos receito uma plantação de cana. Assim que cortarem um canavial inteiro e comer marmita azeda, verão o quanto suas vidas são importantes e largarão da palhaçada.
E tenho dito!
apoiadoooooooooooooooooooooooo
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