sexta-feira, 4 de maio de 2012

"Trames da Isa" - Fale para não se arrepender

Uma das principais aflições do ser humano é não ter o controle dos planos e desejos dos seus pares. Seja em um relacionamento amoroso, no trabalho, ou na família. Como seria fácil se soubéssemos qual é o real desejo do presidente da empresa quanto às nossas funções corporativas, os desejos dos nossos parceiros (as) quanto o nosso papel no relacionamento, das expectativas dos nossos pais sobre o nosso futuro, dos nossos filhos sobre nossa postura como pais e identificar com qual intensidade nossos amigos querem nossos conselhos. O pior de tudo é saber que boa parte dessas aflições seria sanada se levássemos mais sério a importância de se comunicar.

A comunicação aqui deve ser entendida como a exposição real das nossas vontades e o desapego à omissão. Quantos projetos poderiam ter sido aprovados quando surgiam brilhantes idéias numa reunião de gestão e deixamos de falar por medo da desaprovação. Quantos casamentos poderiam ter sido salvos se o parceiro (a) falasse que queria dormir do lado direito da cama e não no esquerdo e que o relacionamento precisava de algumas mudanças.

Quantos pais romperam o vínculo materno ou paterno por não falar eu te amo, ou por não oferecer um cafuné depois de um dia difícil. E os amigos que tentam constantemente falar o que outro quer ouvir e se esquecem que seus conselhos originais poderiam ajudar muito mais.

Vivemos na era da blindagem à comunicação. As pessoas cada vez mais cultuam falar nas entrelinhas, a interpretar a subjetividade, a dizer o que não pensam a omitir o que gostariam de falar. O resultado são seres plastificadas pela frustração.

Não que seja fácil praticar a objetividade na expressão, mas isso é uma das primeiras aprendizagens que temos contato na infância, antes dos nossos pais, professores e chefes terem nos reprimido.  Basta ressuscitar nossa autenticidade. Mas nada pode ser como na infância, para isso, é preciso aceitar nossas idéias, ter certeza se o que queremos expressar não é por pura vaidade (auto-afirmação) ou agressão ao outro, estar preparado para as objeções e ter certeza que um dia nossa sinceridade será reconhecida.


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